segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Imagináveis

 Algumas imagens parece que surge de lugares estranhos, inexplicáveis, trazem formas e cores que remetem outras coisas, bem diferentes do que realmente são, por isso trouxe os Imagináveis, esta colisão entre realidade e ilusão.

Uma figura robusta emergindo de um vórtice? ou leito  de um rio com reflexos Sol e sombra?

Uma tempestade neural? ou refrações da luz na água?

Um ser estranho do fundo do Oceano? ou um cogumelo crescendo sobre a madeira?

Uma crisálida de algum inseto engenhoso? ou sementes de árvore próximo a sua eclosão?

Uma flor petrificada? ou tronco madeira cortado em decomposição?







quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Arte Queima nas Matas

     A crescente queima das matas no mundo, trouxe a mim não só a perplexidade do evento mas também a sensação que minha base das peças de arte, a madeira residual de árvores mortas, encontradas nas matas e riachos de minha vizinhança estão também num processo de extermínio.

    Para clamar por mais consciência do frágil planeta onde estamos resolvi criar uma série de esculturas em madeira, aprimoradas como luminárias, trazendo assim o elemento fogo para um contato mais próximo a situação real.

    A ideia inicial era mostrar o grande círculo da vida, para isso trouxe o elemento ÁGUA, num fundo azul margeando a instalação, o elemento FOGO nas lâmpadas vermelhas, laranjas, amarelas e brancas, o elemento TERRA está materializado nas esculturas em madeira e por último o elemento SOL ou ENERGIA, está simbolizado nos reflexos de uma instalação de placas de aço inox liso e escovado.

 O circulo de apoio serve como forma de mostrar a transformação, a mudança, o tempo o movimento das fatos que inicia numa incandescência vermelha de labaredas e vai prosseguindo por focos de fogo (luminárias) na trajetória do vídeo, quase no fim, uma prece, numa forma sinuosa Nossa Senhora e subindo a um anjo apocalíptico, que de seu interior emana luz azul.

 Ondas de aço reluzentes escorrem da parede, suspensa uma luminária vermelha com uma galhada curva, demonstra o foco do aquecimento global vindo do espaço, como já muito discutido pelo efeito estufa.

Os elementos de aço inox reluzentes e foscos, também podem simbolizar nossos conceitos de industrialização, consumo desmedido, sucessivas ondas de destruição da biodiversidade em prol do nosso "desenvolvimento".

Em todo trajeto circular temos focos de incêndio (simulados por lâmpadas), incutidos nas luminárias, mostrando que mais do que as barreiras físicas (países ou geografia), o problema se espalha, além de suas capacidades, pois está interligado além dos limites territoriais e das políticas individuais de municípios, estados ou países, além até mesmo de continentes.

O braço circular que nos envolve é um planeta, uma quase esfera, mas preferimos discutir o globalizado somente nos interesses financeiros, ficamos quase que isolados quando o assunto envolve um ambiente global.

Os efeitos secundários que nossas ações ou falta delas causam não parecem interessar, estamos focados em nossas posses, nossa posição, nosso crescimento em bens materiais, quanto mais tecnológicos melhor, não importa muito sua origem ou danos necessários para sua criação.

Ao centro uma pequena fogueira, nosso início primitivo de desenvolvimento refletida por raios de aço que demonstram a necessidade inicial de calor, proteção e conforto. Hoje desdobrado em um sem fim de ramos que estimulam nosso consumo, nossos anseios, nossas "necessidades".

 Então começa nosso processo evolutivo, a exploração dos recursos de modo ostensivo, minerais, animais e vegetais, tudo para servir unicamente a nossos interesses imediatos, não como antes para subexistência, somos mais complexos e agora começamos a acumular para viver melhor.

Embora ainda estamos no início da compreensão da complexa rede que interliga os seres vivos desse planeta, já extinguimos alguns sem nem saber sua função, represento a ANTA, semeadora de florestas levando a biodiversidade, tão falada mas tão pouco valorizada.

Quantas outras formas de vida animal nos são úteis? além de nossos pets, cachorros e gatos? Serão estes inferiores e só servem para nosso consumo e distração? Um dia saberemos seus verdadeiros lugares no ecossistema?


Nossa flora será mesmo apenas para produzir alimentos em massa, iguais e conforme nossos padrões de gosto? Teremos sempre essa infinita fábrica de remédios quase sem efeitos colaterais? Desprezaremos toda evolução pois não servem aos nossos jardins e nem para nosso alimento?

O que vamos pesquisar quando estas formas não existirem?  pedras lunares, elementos químicos sintetizados, formas de vida extraterrestre?

São apenas mais uma fonte para nossa infinita exploração? Teremos capacidade de preservar pelos menos as que mais utilizamos?




Contaremos apenas com nossas crenças e religiões para evitar nossas ações? Serão estes seres espirituais capazes de impedir que encontremos nossa própria destruição? Precisamos avançar mais nossos danos para entender o caminho que trilhamos avidamente?

Preces a Nossa Senhora, Anjos de Proteção podem nos confortar, nos surpreender, nos alertar, mas ainda temos o livre arbítrio, tão generoso que nos deixa exterminar o que nossa pouca compreensão não julga necessário.

 

 

 

Devido o tamanho o vídeo não pode ser anexado, mas pode ser visto em outro link:

https://www.facebook.com/marcos.stecker/

  Você será  FOGO  ou   ÁGUA ?



Lumens

Luz à partir da arte, este caminho começou a mostrar-se viável quando formas de esculturas de madeira remetiam a ideia de ter um propósito a mais além de embelezar, e tornar agradável um ambiente, parece ser quase natural que as peças tragam também uma luz própria, como não queria nada óbvio ou repetido, busquei elementos de luz que pudessem multiplicar as faces do elemento esculpido e não apenas trazer a tona. Lumens parece adequado, partículas de luz em meio aos milhares de outros brilhos, seres incandescentes, elementos funcionais que orbitam nossos momentos mais sombrios, mas não menos interessantes.
 Envolvendo um bocal de porcelana sem encobrir nenhum elemento mas criando projeções diferentes nas paredes e na forma cru de ver a lâmpada, muito atual para as novas padronagens que trazem, mais que luz, mostram a iluminação como algo a ser redescoberto, por isso o que seria uma luz de teto, inverteu e tornou-se luz de aparador.

Fio neon aquecendo uma tortuosa escultura em madeira, esquentando um ambiente, mesmo que sua luz seja fria, a sensação de acolhimento se manifesta. Peça portátil de baixíssimo consumo 2 pilhas AA, para aqueles usos eventuais em locais desprovidos de redes energizadas.

Brotam do teto elementos incomuns, em conjunto com lâmpada alongada geram um ponto focal inovador sobre qualquer ambiente que se disponha.

Mais um suporte de luz, para diluir o espectro luminoso e aguçar o imaginário, desligada uma rústica e forte escultura em madeira, iluminada torna-se um redutor de iluminação, trazendo luz indireta em apenas algumas faces, como a frente e acima.

Este elemento busca trazer a versatilidade das cores para ambientes com poucas cores, sóbrios durante o dia e variados a noite, a escolha da cor eh permitida por fita de led, com diversidade cromática e se desejar compor com algumas programas pulsantes. Além de decorar, além de iluminar, criar um ambiente único e acolhedor para todos os momentos e gostos.






quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Micro Escultura Madeira

Esculpir em madeira em formas diminutas requer muita paciência, pois se trabalhar com madeiras mais moles, facilmente perde peças com corte equivocados, se escolher cernes e madeiras duras, certamente terão escapes, cortes e dificuldades de modelagem, as ferramentas para isso não existem ou talvez existam mas são demasiadamente caras, então estas peças exigem dias para serem formadas, um único pássaro de 2 cm pode levar mais de 2 horas, quanto mais detalhado e expressivo menos possibilidades de feitio existem.
Detalhes como olhos, bicos, assas, são leves abstrações, cortes, perfurações e a mais complexa, incisões de elementos com micro furos e colagem.

As composições são formadas de uma diversidade de madeiras afim de obter mais texturas e cores, e claro ajudar na modelagem das formas.

 Os detalhes não puderam ser capturados pela lente, pois exigiriam um cem fim de imagens para compor minimamente o aspecto real, então preferi manter no máximo 2 ângulos e compensar mostrando uma maior quantidade de peças.


 Os troncos são de arbustivos cultivados, conhecido como Pingo de Ouro (Duranta erecta), que secaram e foram invertidos, utilizando suas raízes para compor os ramos de uma árvore. Sua cor muito clara e retorcida permite destacar-se da base e pássaros.
Na base em sua maioria utilizei a madeira Louro, por ser mais leve e maleável, além de ter texturas e muitas cores que vão do preto (queimado), marrons (cerne central) e amarelos (intermediário até as margens). Na borda ainda eh possível obter mais um tom siena proveniente da resina da casca que seca e macha as bordas.




 Cada ângulo de visão pode ser tão inusitado que é difícil imaginar ser a mesma peça, tornando o desenho de cada face e forma uma eterna criação, trazendo a expressão "acabado", um momento muito doloroso quase indeterminado, pois se observar mais alguns segundos a criatividade pode sugerir mais algumas horas de trabalho.


Sempre tenho de responder a questão de valores e claro das vantagens desse trabalho cada vez mais raro, nestas questões sempre sinto que não consigo ser objetivo e descritivo suficientemente para que possam compreender.

Meus trabalhos não vem de uma escola, mentor, estudos de arte, vem de algum lugar mais profundo e desconhecido, meu eu interior, simplesmente sei fazer assim, ninguém precisou ensinar, mas certamente tudo que vi e aprendi em todas as áreas contribui para este resultado.

Não posso dizer que é um meio lucrativo, pois peças em madeira são vistas desde sempre como inferiores, artesanato, singelas demais. Mesmo assim acredito que o manual, individual, único, sempre terá valor, pois não pode ser copiado, multiplicado, fabricado, reproduzido em escala, logo traz a quem o vê a sensação de inovador, mesmo que eventualmente não tenha interesse.