A segunda coleção de esculturas em madeiras caiadas pelos rios traz a frente o mistério, inédito, vivo num local particular e por poucos mostrados, de tempos em tempos surgem estas visões, em desenhos, músicas, filmes e agora em esculturas maderificadas pela força da terra, água e decomposta pelos seres do ar. Trazida a tona às vezes por si própria, outras vezes pela lapidação de arestas, ao acaso, ao longo de anos de ação dos elementos, recomposta para um novo tempo.
Das profundezas da mata, ocultos, secretos, protegidos de
seus predadores, trazidos à luz ou meia luz, para vislumbrar nossa imensa
sensação de novidades, originalidade e força oriunda da terra, de um olhar
único sob domínio de seu I M A G I N A R I U M.
A
pequena Ave Dragão, ligeira, esguia desdobrando suas sinuosidades no ar.
Curioso
de elevada destreza, com equilíbrio ímpar e andar lento em compasso de dança,
sempre pronto para enrolar-se para passar desapercebido, o Lagarto Ondular.
Ouriçado,
mostrando toda sua indignação com as visitas, o Ardico de Esporos Rubros.
Híbrido
de vários animais e ao mesmo tempo singular, a Laminária Incandescente, capaz
das mais curiosas curvas em voo, com a habilidade inflar cores luminoscentes e
depois sumir no ar.
Tão
lentos que parecem imóveis, de aspecto vegetativo áspero e radicular,
apresentando discos completos ou em formação, as Árvores da Vida são elementais
de intrincados segredos trazidos de sua longevidade.
Em
pleno florescimento, época de nascimento muito raro de novos seres, a vida se
regenerando e formando novas criaturas para seguir protegendo as matas de seus
algozes.
Únicas como tudo que a natureza forma, cada Árvore da Vida tem suas características, seus dons, suas mágicas habilidades, mas fortuitas e silenciosas, nunca desejam apresentar-se aos transeuntes.
Rápido,
muito rápido, o Lêmure Bicolor, mergulha nas águas como peixe com plena
desenvoltura, pode apreciar passeios por riachos, entre pedras e troncos,
sempre curioso em observação, o mensageiro das notícias aos demais elementais.
Nem
sempre o mundo está contido nos limites do físico, do palpável, há outros
mundos, por caminhos que ainda não descobrimos, por portais que ainda não
estamos preparados a passar, o tamanho desses mundos e suas riquezas estão no
olhar de seus menores seres, pois estes enxergam tudo mais grandioso, mais
magnífico e portanto, são mais felizes onde estão, mais autótrofos,
incrivelmente mais cientes de seu papel na imensidão.
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