quinta-feira, 12 de março de 2015

Voar

Algo mais leve, mais rápido, mais suave, ou apenas uma evolução da forma em oposição ao ar. Os pássaros trazem a sensação de liberdade, harmonia e curiosidade inovando um ambiente e captando as atenções para si. Utilizando madeiras coletadas em rios, riachos e sobras apresento formas que podem ser tão semelhantes as espécies existentes ou mesmo, tão originais que ainda não foram vistos.

Em pleno vôo as asas vibram e espanam conduzindo a direções orquestradas pelo navegador.


Pousados ainda exibem linhas complexas, esguias mas com propósitos claros, definidos e altamente tecnológicos.


Os espaços incompletos trazem uma marchetaria, com infusão de outras madeiras e inclusão de cores gerando destaques naturais, assim como a composição de diversas madeiras traz além das formas e texturas detalhes especiais.
Os elementos tomam as dimensões esculpidas não somente pelo artista, mas também pela ajuda de seres naturais que provocam a degradação de partes, perfurando e moldando ao meio um simples pedaço de madeira que após intensa limpeza molda-se em algo orgânico e incomum.




O Encontro entre material e os sentidos, levados com o espírito para todas as partes onde tal ser possa existir, foi assim que pedaços de madeira vagando por rios e riachos despertaram a curiosidade de suas formas, texturas e cores para tocar o dom guardado por meia vida e desperto em momentos, um conhecimento que não pode-se transmitir pois é nato, faz parte da essência de cada ser.

Retirando as rebarbas, reformulando as posições, cortando, serrando e lixando surgiram novas formas, não sei dizer se mais belas, mas sem dúvida mais extravagantes, com destino mais nobre que apodrecer nos rios e fazer parte do solo, destinam-se a tocar o mais íntimo das pessoas e trazer de lá um sorriso, uma sensação de curiosidade, uma satisfação, um desejo, ou qualquer outra reação que retire os humanos do cotidiano e traga eles para um mundo particular e cheio de novidades.

Traz também o natural e orgânico para ser mostrado como algo que deve ser respeitado e conservado, um convívio sereno que ainda em grande parte insistimos em degradar, para dar frente a desejos mais concretos, mais sólidos, mais futurísticos e não mais necessários, apenas atendem a geração de mais massa e menos beleza.

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