segunda-feira, 29 de abril de 2013


Os trabalhos mostrando as crueldades contra a natureza levaram-me em 1998 a produzir outra tela de grandes proporções o "Horizonte Devastador", mostrado pela primeira vez no mesmo ano em exposição individual no restaurante "Via Sete" em Florianópolis no terceiro piso em uma nova ala recém inaugurada.
O conjunto de obras era muito grande mas a que apresento abaixo sem dúvida foi a mais impactante, pois desde o princípio foi controversa. Com dimensões de 1,8x2 metros foi enquadrada por descuido quando ainda era um tela branca com o fundo virado para a frente, mostrando o tecido como face da pintura em vez do engomado e liso da tela. Este fato criou textura nunca antes imaginadas, mais suaves, mais esfumaçadas e também em tons mais terrosos.
A idéia original era mostrar um horizonte teatral onde um fundo amarelo e sem elementos era coberto por montanhas verdes e nessa trajetória mostrar um dos caminhos que pode levar ao fato.
Seja por uma explosão atômica, destruição da atmosfera com gases tóxicos ou pela destruição de nossas matas, a natureza busca forças para recuperar-se e florir em meio a catástrofe.
Troncos de árvores mortos e retorcidos dançam em um solo fluído, lamoso, ondulando e distorcendo as figuras, o horizonte amarelo mostra-se impactante e espetacularmente presente, tentando invadir todo o horizonte, quase no limite das montanhas verdes que o prendem. Não trata-se de um por do sol brilhante e sim de uma tênua ligação entre vida e morte.
Do horizonte longíquo até a linha em nossa frente há uma progressão entre árvores, solo, rochas até os primeiros sinais do renascimento da vida e enfim as flores.
A textura incrível da juta, torna o trabalho ainda mais engrandecedor, pois cria relevos além da pintura, traz as tramas do telado para a composição.
Ao meio logo a nossa frente as flores invadem a cena, para apagar todo tom ferroso, levando nova esperança à frente da catastrofe, como nossas matas que insistem em resurgir mesmo após nossas queimadas.
São flores de todas as cores, lírios brancos de paz, margaridas, tulipas, pendentes cachos azuis em formas simples pouco arojadas, mostrando que algo de mais complexo já perdeu-se, mas o mais rústico ainda assim, tem sua beleza.
E por fim no canto esquerdo uma sutil assinatura que precisa ser procurada com muito esmerro para ser encontrada, pois dadas as proporções e formas tenta passar desapercebida.
Os fatos que envolvem esta tela são sempre curiosos, pois sua armação apesar de bem reforçada, quebrou sendo a única das mais de 30 telas a ter este dano após a exposição.
Ainda mais curioso é o feixe de luz solar que insistiu em cruzar sobre a mesma hoje quando resolvi novamente fotografar a mesma.
Abaixo outra façanha desta tela, quando reproduzida no convite para exposição, apesar do papel liso, a mesma transmitiu uma visão esfumaçada, sem nenhum apelo a editoração da imagem, apenas impondo-se frente a amostra.

Apesar de ter movido muito interesse em sua aquisição por diversas partes, sempre que tentaram fechar a venda, tive um imprevisto, ou algo me ocupava em demasia e não conseguia vendê-la.
Parece que esta tela tem mais alguns planos estranhos, então antes que resolva desaparecer tão misteriosamente quanto surgiu e ressurge, resolvi postar a mesma no blog para ver que caminhos ainda ela tem a contar.

domingo, 28 de abril de 2013

Crimes contra a Natureza

O sentimento que tenho com a natureza me fez pintar as maiores telas, em denúncia as agressões que vem sendo feitas contra o meio ambiente. É revoltante que as pessoas não percebam-se dos males que causam a si próprios, quando agem de maneira a exterminar a frágil ligação entre nossa sobrevivência e os meios naturais.

O primeiro trabalho que criei, tinha o intuito de ser intenso, contar uma estória dramática e com muito movimento, que transforme as pessoas que vissem a cena, reagindo frente a crueldade e força da imagem.

Tem em cena então, "A morte da Harpia", vou detalhar o quadro em 7 partes que contam o drama.

1 - O ninho - este elemento mostrado no canto superior esquerdo, procura mostrar que com a morte do pássaro quebra-se a continuidade da vida, deixado em abandono o filhote, ainda no ovo e sem esperança de vida.
2 - O olho - Centralizei como em uma mira, o olhar preciso geométrico e instigante que o pássaro tem em seu último instante, como se olha-se para o atirador pedindo para que não o abatesse;
3 - As sementes - Mostram a ligação entre animais e vegetais, sendo um o provento do outro, assim como alimentam os pássaros, utilizam-se de seu serviço de transporte para propargar-se por áreas longínquas;
4 - A garra - Postada em sinal de "PARE", pede que não se repitam mais estes fatos, súplica por um pouco mais de compreensão, mostra a força de suas afiadas unhas em contraste com a fatalidade;
5 - As rochas - Todo o fundo mostra-se à partir de um penhasco, situado no topo, onde atrás do abismo fica a mortalha da harpia, as cores em tons de amarelo, marrons e verdes tem a idéia de compor um movimento, neste estéril lugar, onde havia vida;
6 - O sangue - O sangue vermelho, em forma de choro da mãe natureza empoça na areia e escorre pela pedra dramatizando ainda mais a cena, e mostrando que em harmonia nunca deveria estar naquele lugar e sim pulsando dentro de ser vivo;
7 - As penas - Em redemoinho as penas voam pela tela, mostrando que o fato acabou de acontecer e com sua leveza, percorrem toda a tela espalhando o horror da cena e ao mesmo tempo mostrando uma beleza única que padeceu.

Esta primeira tela da série "Crimes Contra a Natureza", tem proporções gigantescas 1,5x2,0 metros e apesar de forte, transmite beleza e movimento, com intuito de atrair o olhar do espectador. Abaixo apresento o quadro sem as marcações para permitir maiores interpretações além das já citadas.
A força plástica do primeiro trabalho foi tão intensa, que resolvi criar uma série de trabalhos com este tema, pois além da satisfação em fazê-lo traz uma elevação do espírito.
Como o primeiro mostra as areias caustigantes, o segundo foi desenvolvido para ser nas profundezas do mar.
Assim como o primeiro o formato foi grande 1x2 metros
1 - A estrutura metálica - Os destroços de nossas embarcações muitas vezes vão depositar-se no fundo do mar, criando cenas curiosas como esta e também modificando a paisagem costumeira, mas nem sempre de forma tão simpática, pois sua deterioração pode causar impactos difíceis de prever;
2 - A pena com o óleo - Esta é uma alusão ao que podemos escrever da exploração petrolífera, pois a pena em movimento, tenta escrever à óleo uma estória sobre sua presença bizarra;
3 - O olho - Como vemos o que ocorre nos mares, tão longe de nossos lares e tão próximo de nosso futuro, este olhar verde, amarelo e azul, procura salientar que devemos ver os efeitos com um olho aquoso, próprio daquele ambiente e não com nossos olhos secos;
4 - O plástico - Junto ao petróleo o poluente mais perigoso que desenvolvemos, parece inofensivo, pois não tem cor, não tem cheiro e nem degrada com facilidade, também não prolifera substâncias tóxicas. Sua presença cada vez mais forte em todos ambientes. Sua forma desregrada de descarte, pode causar danos maiores do que o mais forte poluente, pois pode matar peixes que o comem acreditando ser um alimento, não podendo depois degerir elemento tão danoso. Um só não tem problema! e dessa forma contaminamos todos os ambientes com este silencioso poluente e por vezes vemos sua quantidade gigantesca, causando mortes agora também em nossas vizinhanças.

Há mais elementos na tela a serem vistos, interpretados, analisados, mas se falar em todos não haverá a beleza do mistério, e nem impacto em nossa consciência, pois tudo que nos chega de forma muito fácil, tão fácil será descartado.

O terceiro trabalho da série dá continuidade ao segundo, na temática dos mares, pois o que um dia jogamos no mar, em outro o mar devolve.
O trabalho foi intitulado "Mar Revolto", pois segue na devolução das marés e nos impactos que geramos em seu interior, desta vez a composição teve tamanho mais modesto 0,6x0,9 metros, mas seguiu a mesma paleta de cores fortes e contrastantes.
As texturas foram utilizadas com mais expressão de forma a criar formas escondidas, e uma volumetria mais complexa.
1 - O olho - Pairando sobre o ar como uma gaivota, traz uma visão de seu ambiente nem seco, nem molhado, uma mistura, resultado de sua contaminação;
2 - Os peixes - Agora nadam nas ondas da areia onde putrefazem seus restos esbranquiçados e sem suas vistosas cores;
3 - A garrafa - Uma armadilha das mais antigas, esconde-se na areia envergonhada da cena que compõe, não traz mensagem no seu interior escuro e sombrio, mas traz a tona o lugar onde encontra-se;
Como já exposto fui gradativamente comentando menos os elementos das telas, de forma que a visão da imagem fale mais que as palavras e deixe no interior das pessoas, algo que traga cenas mais belas, menos estranhas e mais harmônicas.
A série de trabalhos continuou e devo trazer mais trabalhos nas próximas postagens, em locais que ainda faltam contar suas estórias e suas mensagens.
Como mensagem final, procure contribuir para colocar o lixo em lugares onde não venham a te atacar, RECICLE-O!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Editoração de Imagens

Uma imagem captada com uma luz extraordinária transmite efeitos impossíveis de serem reproduzidos, como a imagem ao lado, mesmo sabendo desta máxima, vou utilizar a frente um pouco do que a tecnologia de geração de efeitos vem criando.


A cada dia surgem novos efeitos sobre as imagens geradas, deixaram de ser exclusivos de softwares de editoração de imagens e passaram diretamente para outros aplicativos como celulares, máquinas fotográficas, filmadoras e tudo que possa captar imagens de forma mais simples e funcional.

Mesmo com as muitas facildades, com o uso da editoração criamos compostos em várias difusões, que ainda podem surpreender mais que a simples aplicação do mesmo, sobre todo o corpo da imagem, abaixo mostro algumas combinações dos efeitos, afim de gerar mais aspectos artísticos.


 
 
 







quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Trabalhos à Venda









Título:  Cascata da Serra 
Tamanho: 30 x 50 cm
Preço: R$ 500,00
Técnica: Papel Hahnemühle, 265 g/m2, 
              com tintas acrílicas.                             
                                







Título:  Rio Lajú I
Tamanho: 30 x 50 cm
Preço: R$ 500,00 (Reais)
Técnica: Papel Hahnemühle, 265 g/m2, 
              com tintas acrílicas. 








Título:  Casa de Campo
Tamanho: 30 x 50 cm
Preço: R$ 500,00 (Reais)
Técnica: Papel Hahnemühle, 265 g/m2, 
              com tintas acrílicas.   




 

Título:  Caminhos do Trem
Tamanho: 30 x 50 cm
Preço: R$ 500,00 (Reais)
Técnica: Papel Hahnemühle, 265 g/m2, 
              com tintas acrílicas.   


 
Título:  Praia de Palmas
Tamanho: 30 x 50 cm
Preço: R$ 500,00 (Reais)
Técnica: Papel Hahnemühle, 265 g/m2, 
              com tintas acrílicas.  
 






 
Título:  Barcos de Pontal I
Tamanho: 29 x 41 cm
Preço: R$ 150,00 (Reais)
Técnica: Cópia do original em papel couchê, brilhante, rubricada pelo artista e numerada.   









Título:  Barcos de Pontal II
Tamanho: 29 x 41 cm
Preço: R$ 150,00 (Reais)
Técnica: Cópia do original em papel couchê, brilhante, rubricada pelo artista e numerada.
 




Novo email msteck5@yahoo.com


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Lugares de Virar a Cabeça


Trabalhos da série: Lugares de Virar a Cabeça








As imagens transmudance, espelham, refletem e distorcem mostrando detalhes que só podem ser vistos quando virar a cabeça e foco para sua direção, por isso, a atenção não é para o ortogonal e sim para o oblíquo e suas derivações.