Ver uma paisagem e expressar aquela beleza em cores e movimentos traz sempre uma sensação incompleta, talvez isto explique a necessidade de elaborar cada vez mais trabalhos com estes elementos. Por vezes a pouca abrangência da magnífica cena nos impele a fazer mais versões de nossa mesma visão, sempre na tentativa de capturar algo incomum que somente o artista vê, em instantes, em horas e até anos de obsessão.
Não é possível comparar a imagem ou pintura aos elementos reais, nem mesmo com auxílio da fotografia ou filmagem, pois a luz que captamos por estes prismas não completa a visão, apenas cria uma de infinitas visões que ao natural captamos.
Resolvi mostrar um pouco do que este mundo facetado pode oferecer, mesmo sabendo que é muito pouco, uma parcela infindavelmente pequena, ainda assim, é algo que pode merecer ser visto.
Uma transposição de cores que em nenhum dos casos eleva-se a visão natural.
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Um zig zag de águas, uma vegetação rupícola e esguia, uma estrutura suspensa sob as águas de cálculo e precisão extremamente mais audaz que nossas construções podem ser.
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Nas cores sóbrias ou cintilantes ainda são uma parcela modesta do conjunto.
Um simples vídeo aumenta a expressão com o som das águas, mesmo sendo de outro local, mas sempre estará incompleto.
Podemos sempre tentar, trazer para a mesma imagem, várias interpretações, com mais ou menos luz, com mais ao menos cor, ainda assim, cada um que avistar os trabalhos: fotografia ou pinturas, terá uma escolha diferente, pois a cada um traz sensações que agradam ou desgostam, conforme seu interior mostra-se mais próximo ou afastado de cada visão.
Pedreira do Lajú
1a. versão
O fato de não conseguir o todo não representa pouco, mas uma parcela de esforço recompensada pelas expressões das pessoas que avistam pela primeira vez as imagens, a estas, o que vêem tem mais do que imaginavam, pois expressa uma visão particular, diferente da sua, única, que traduz sentimentos ao vê-la.
Crescer no local traz raízes fortes e emoções que podem ser captadas ou percebidas por poucos. Apreciar poucos segundos e nunca realmente por os pés fisicamente no local, pode trazer de imediato uma associação a lembranças, lembranças que não podemos explicar, pois estão marcadas nas profundezas de nosso ser e não na brevidade do existir. Do velho tronco outrora imponente e grandioso surgem vegetações que alastram-se com muita vida, mostrando o eterno recomeçar da vida Assim também as raízes mais fortes podem dar lugar a novidades, a interpretações diferentes, não mais fracas, não menos belas, apenas diferentes.
Pedras Litoral - Governador Celso Ramos
Interpretar a natureza também permite distorcer, retorcer, curvar ou simplesmente eliminar alguns elementos, o interessante é saber de antemão o resultado que pretende criar, assim podemos tornar a representação um pouco mais bela que a imagem plana, imitando nossa visão multifacetada.
Explosão de cores, difíceis de representar, testar texturas rugosas sobre um papel liso e plano, traduzir os reflexos em brilho de tons, às vezes parecemos crianças tentando pintar o céu de vermelho, apenas por que esta cor, naquele momento, parece ser a mais adequada.
Vale também desrespeitar as leis da física e desequilibrar as coisas, só para adequar mais ao impacto que pretendemos. Para criar profundidade podemos elevar o plano com uma visão de 30o graus.
Uma pequena flor, rubra em cor, esfera áurea central, um pequeno detalhe do amor, ao natural.
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