Traduzir a beleza das mulheres exige elementos fortes, delicados, de resistência ímpar e de cores extravagantes, procurei então onde isto podia existir e o único material que trouxe tanta singularidade foram as pedras.
Com suas gramaturas, fendas e fissuras abrigam os mais variados tons, os mais variados harmônicos, as mais instigantes cores, a mais sofisticada beleza.
A magistral impressão do corpo feminino dançando, mostrando a sinuosidade galgaz, ondas de impacto e leveza, malícia ao natural, desdobramento do interior lascivo.
Apenas pedras de arenito constipadas pelo tempo, óxido ferroso de desgaste pluviátil, ação do tempo captada em milissegundos.
Breve, tão rápida como a mais ligeira ave, tão plena como a imensidão.
Os véus que cobrem as formas escondem e apresentam uma mulher misteriosa, por vezes mais atraente que a exagerada nudez.
A natureza traz a santidade, o ser vívido que canta e produz melodias para abrandar o tempo, acalmar a alma, engrandecer o mais profundo elemento humano.
Serão sons de calmaria ou bravos de revolução, são vozes femininas, enebriantes no tom, mínimas na intensidade, mas marcantes nos corações.
Cobertas por tecidos mostrando pompa ou ondulosas com muitos vincos, qual a personalidade da vez? Qual o formato da moda?
Acho que a personalidade transmite mais que as formas, e esta por certo é mais adequada ao que deve-se apresentar.
Mas tendo que lutar por um espaço, aprenderam também a parecer ao meio o que não são, aparentar destreza e força, mas para nossa sorte a dualidade sempre impera, e aos poucos pode-se perceber a mais complexa esfera.
As rochas também desdobram-se no ambiente, ora duras e implacáveis, ora tenras como terra.
Cobertas de musgo mal percebe-se sua presença, corroídas pelo sol causticante ficam esbranquiçadas e esgueiras, ou então, vívidas em cores berrantes amaciadas pela água.
Todo instante um, no mesmo conteúdo um amplitude de ser.
Cobertas de musgo mal percebe-se sua presença, corroídas pelo sol causticante ficam esbranquiçadas e esgueiras, ou então, vívidas em cores berrantes amaciadas pela água.
Todo instante um, no mesmo conteúdo um amplitude de ser.
Nuas em pedra, enigmáticas ao infinito ou espetacularmente simples, trazem sempre o despertar dos olhares, uma imensa satisfação de tê-las em nosso convívio.