Trabalhos com poucas cores podem instigar os sentidos levando o imaginário muito além das cores, pois trazem as formas, texturas e sombras a tona, causando no olhar um poder criativo à partir do expectador.
Com o objetivo de mostrar o emprego das nuances das cores, apresento os trabalhos à seguir, com datas de execução desde 20 anos atrás até o dia de hoje.
Com uma palheta reduzida do branco até o preto utilizo a geometria para criar os movimentos, as texturas são dadas também pelo uso de tintas metálicas (prata), de forma que a luz incidente crie novos efeitos sobre a pintura.
O cosmos inspirou o trabalho seguinte, oposto ao superior, curvo e globular, trazendo movimento sobre as massas das figuras que chocam-se e fundem-se ao encontro de novas formas.
Sobre a escuridão formas e texturas pairam, ora estão voando no espaço, ora estão achatadas sobre a textura de rocha metálica, como ranhuras desenhadas sobre uma superfície desgastada pelo tempo.
Como prever o caminho das cores, por vezes as variações de tons, causam maior impressão de texturas que o colorido cromático, gosto particularmente das variações de formas, que mostram um local totalmente inédito, inexplorado, com existência limitada ao imaginário do criador e seus expectadores.
O coração que move o mundo expõem-se dilacerado, sanguíneo são os contrastes entre o pálido grafite de fundo e o rubro, mostram contrastes pouco observados e raramente empregados no cotidiano.
Tão essêncial quanto o vermelho temos o azul do céu e das águas, translúcidas substâncias que regem toda a vida que conhecemos.
E por fim, para dar descanso temos a noite, onde as sombras criam formas que a muitos encantam, nos mistérios ocultos da penumbra.
As estrelas que em todos os lugares encontram-se, no mar, no céu, nas pessoas, trazem seu brilho a nossa existência.