quarta-feira, 29 de abril de 2015

Imaginariun


A segunda coleção de esculturas em madeiras caiadas pelos rios traz a frente o mistério, inédito, vivo num local particular e por poucos mostrados, de tempos em tempos surgem estas visões, em desenhos, músicas, filmes e agora em esculturas maderificadas pela força da terra, água e decomposta pelos seres do ar. Trazida a tona às vezes por si própria, outras vezes pela lapidação de arestas, ao acaso, ao longo de anos de ação dos elementos, recomposta para um novo tempo.


Das profundezas da mata, ocultos, secretos, protegidos de seus predadores, trazidos à luz ou meia luz, para vislumbrar nossa imensa sensação de novidades, originalidade e força oriunda da terra, de um olhar único sob domínio de seu I M A G I N A R I U M.

A pequena Ave Dragão, ligeira, esguia desdobrando suas sinuosidades no ar.









Curioso de elevada destreza, com equilíbrio ímpar e andar lento em compasso de dança, sempre pronto para enrolar-se para passar desapercebido, o Lagarto Ondular.

Ouriçado, mostrando toda sua indignação com as visitas, o Ardico de Esporos Rubros.

Híbrido de vários animais e ao mesmo tempo singular, a Laminária Incandescente, capaz das mais curiosas curvas em voo, com a habilidade inflar cores luminoscentes e depois sumir no ar.


Tão lentos que parecem imóveis, de aspecto vegetativo áspero e radicular, apresentando discos completos ou em formação, as Árvores da Vida são elementais de intrincados segredos trazidos de sua longevidade.

Em pleno florescimento, época de nascimento muito raro de novos seres, a vida se regenerando e formando novas criaturas para seguir protegendo as matas de seus algozes.

 Únicas como tudo que a natureza forma, cada Árvore da Vida tem suas características, seus dons, suas mágicas habilidades, mas fortuitas e silenciosas, nunca desejam apresentar-se aos transeuntes.

Rápido, muito rápido, o Lêmure Bicolor, mergulha nas águas como peixe com plena desenvoltura, pode apreciar passeios por riachos, entre pedras e troncos, sempre curioso em observação, o mensageiro das notícias aos demais elementais.


Nem sempre o mundo está contido nos limites do físico, do palpável, há outros mundos, por caminhos que ainda não descobrimos, por portais que ainda não estamos preparados a passar, o tamanho desses mundos e suas riquezas estão no olhar de seus menores seres, pois estes enxergam tudo mais grandioso, mais magnífico e portanto, são mais felizes onde estão, mais autótrofos, incrivelmente mais cientes de seu papel na imensidão.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Voar

Algo mais leve, mais rápido, mais suave, ou apenas uma evolução da forma em oposição ao ar. Os pássaros trazem a sensação de liberdade, harmonia e curiosidade inovando um ambiente e captando as atenções para si. Utilizando madeiras coletadas em rios, riachos e sobras apresento formas que podem ser tão semelhantes as espécies existentes ou mesmo, tão originais que ainda não foram vistos.

Em pleno vôo as asas vibram e espanam conduzindo a direções orquestradas pelo navegador.


Pousados ainda exibem linhas complexas, esguias mas com propósitos claros, definidos e altamente tecnológicos.


Os espaços incompletos trazem uma marchetaria, com infusão de outras madeiras e inclusão de cores gerando destaques naturais, assim como a composição de diversas madeiras traz além das formas e texturas detalhes especiais.
Os elementos tomam as dimensões esculpidas não somente pelo artista, mas também pela ajuda de seres naturais que provocam a degradação de partes, perfurando e moldando ao meio um simples pedaço de madeira que após intensa limpeza molda-se em algo orgânico e incomum.




O Encontro entre material e os sentidos, levados com o espírito para todas as partes onde tal ser possa existir, foi assim que pedaços de madeira vagando por rios e riachos despertaram a curiosidade de suas formas, texturas e cores para tocar o dom guardado por meia vida e desperto em momentos, um conhecimento que não pode-se transmitir pois é nato, faz parte da essência de cada ser.

Retirando as rebarbas, reformulando as posições, cortando, serrando e lixando surgiram novas formas, não sei dizer se mais belas, mas sem dúvida mais extravagantes, com destino mais nobre que apodrecer nos rios e fazer parte do solo, destinam-se a tocar o mais íntimo das pessoas e trazer de lá um sorriso, uma sensação de curiosidade, uma satisfação, um desejo, ou qualquer outra reação que retire os humanos do cotidiano e traga eles para um mundo particular e cheio de novidades.

Traz também o natural e orgânico para ser mostrado como algo que deve ser respeitado e conservado, um convívio sereno que ainda em grande parte insistimos em degradar, para dar frente a desejos mais concretos, mais sólidos, mais futurísticos e não mais necessários, apenas atendem a geração de mais massa e menos beleza.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A Chave

O destino traz de volta sementes plantadas há muitos anos, cultivados por anos, vidas e mantidas secretas até seu jardineiro voltar e reconhecer sua criação, suas criaturas, seus objetos, suas vidas passadas e os segredos guardados até o último momento de sua necessidade.

Somente nos extremos causados pela vida é que sua essência é revelada em busca de guardiões de suas preciosidades, trazidos novamente a seu eterno dono, distribuídas pelo tempo em várias salas secretas, profundas, dotadas de tudo de mais tecnológico disponível, tudo de melhor que pode ser cultivado, mantido em segredo até o único dono for levado a reencontrar suas propriedades.










A CHAVE de reconhecimento deste legado oculto até o renascimento, será reconhecido apenas pelos guardiões, que podem encontrar a similaridade das novas criações com as que possuem, trazendo de volta o jardineiro a seus jardins.

Onde foram espalhadas as sementes, quais mantiverem sua fertilidade, quais apodreceram e quais foram depredadas, onde os híbridos criados pelo jardineiro irão crescer e mostrar toda sua excentricidade pode não ser conforme os planos do primeiro cultivador, mas pela migração de seu legado.

Será que tamanha beleza guardada, vista desta forma apenas pelo jardineiro que antecipou tendências, previu beldades de extrema presença, criou cópias para ocultar os originais, mantendo e conservando para eternidade elementos de rara beleza.

Onde estarão as raízes e os brotos do jardineiro, ele procura, se lança na maturidade de sua busca, mostra novamente o que pode criar e espera agrupar ou pelo menos poder rever parte de seu desenvolvimento.

Como toda busca há de se aguardar, embora a espera possa ser maior que o tempo que se dispõe, não pode-se antecipar encontros com a nossa vontade.

Na esperança de em breve encontrar os elos perdidos, rever velhos traços, reencontrar e revelar ao mundo novidades seculares, transpor a cultura frente ao tempo e mostrar que o belo está presente em atividades durante os mais longos tempos.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Expressão

Alvorecer de um novo dia renova-se as esperanças, no céu efeitos de uma passagem truculenta e fantasiosa, mas repleta de ensinamentos.
 Impressão da imensidão do campo com intensas texturas.

 Uma cascata no meio da mata repleta de detalhes sutis.

Uma gélida sensação contrastando: luz, frio e sombra.

 As cores em oposição mostram dois lados do mesmo ambiente.

Entardecer termina um dia, leva as cores quentes, esmaece os tons.






sábado, 5 de julho de 2014

Arte Orgânica Abstrata

O contraditório mas real mundo orgânico, natural, também tem suas abstrações, comumente despercebidas por nós, devido sua magnitude, suas pequenas dimensões ou seu empalidecimento devido a constante exposição solar.


Para captar este mais belos tons e contrastes temos dias de pouca luz, nublados, acinzentados e perfeitamente ajustados para elevar os contrastes e trazer a tona as cores mais vibrantes,


 Existe um mundo diminuto encoberto de belezas e de formas inusitadas, mas para vê-lo é necessário desacelerar, quase parar nos ajustes das lentes, captar o micro com a real precisão ou parte da habilidade imensa que foi necessária para sua construção.

A composição mista, famosa "mix media", arte complexa com interferência, entrada de caverna de arenito degradado pela erosão e com elementos vegetais movimentando a cena.
Talude rochoso alterado, composição de arenito, quartzo branco e micas, além de oxidação ferrosa e dos demais elementos.
Agregado rochoso lixiviado.
Detalhe de penhasco arenítico, há mais de 20 metros de altura do chão.
Raízes de árvore tombada e queimada em solo arenoso.
Líquens em colonização sob troco escamoso de árvore.
Orquídea da família dos Pleurothalis em crescimento pendente sob tronco recoberto de líquens.


As cores também tem fortes contrastes na natureza, apenas escolhem apresentar-se em sua maioria em tons calmos, verdes, azuis, brancos, castanhos, assim como harmonizamos nossos ambientes, muita sobriedade e alguns toques de cor intensa, diminutos mas desse modo mais enaltecidos.