Os imensos rochedos do Parque do Monge, situado na Lapa, Paraná, trazem uma fascinante visão das fraturas quase insólitas dos arenitos, formando terraços e lajes suspensas de imensos vãos, algo impensável para uma rocha tão frágil e delicada.
Nos anos de engenharia não poderia calcular uma estrutura estável de tamanha incoerência, raízes de árvores cortam as rochas com facilidade, fraturando ou sustentando blocos com vãos negativos imensos, verdadeiras plataformas voadoras.
Logo após a escadaria de arenito em declive acentuado, encontra-se um paredão com um oratório, e uma plataforma suspensa, formando um brise com um impressionante vão suspenso.
Com a coloração vermelho-alaranjado do oxido ferroso, um belo exemplo de engenharia da natureza.
Impregnada de água, ainda assim, mantém suas cores suaves e sua dissolução, parece mais provável pela força da água e dos ventos, que pela decomposição gradual.
O terraços sucessivos de cortes irregulares demonstram uma estrutura intrincada e de difícil compreensão.
Os cortes longitudinais parecem feitos com precisão, talhados pela mão do acaso.
Os traços retos e as curvas alongadas parecem imitar nossas sacadas das edificações mais modernas.
Estamos sendo imitados pela natureza ou será o contrário. Afinal quem criou estes elementos primeiro?
Sempre cortei elementos com máquinas precisas em laser, plasma e outros raios complexos, mas na geologia é a formação dos grãos em filetes perfeitos que traz sua secção, fratura de corte simétrico, estranho ver tantas no arenito, seria mais comum vê-la em basalto.
Infelizmente faltou energia, nas máquinas fotográficas e no fotógrafo, para percorrer os ângulos possíveis, foram horas de subidas e descidas íngremes, algumas desafiadoras e ainda assim registrei apenas parte do imenso e belo conjunto rochoso. A energia do local é incrível e permite desde passeios curtos e de baixo impacto até ousadas explorações.