quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ilustrações II

 
Trazer do mundo real elementos do imaginário, dando propriedades diferentes aos elementos, revolvendo o habitual, gerando personagens, figuras, objetos, coisas muito além do dia a dia. 

Na ficção morra um mundo que existe dentro de nosso imaginário e por ser único, por vezes, é mais encantador que os elementos reais.

Ilustrações para um mundo imaginário que não pode ser visto com um olhar comum, em plano grande os elementos achatam-se, perdem profundidade e sentidos.


 


A mesma imagem em vista mais afastada dinamiza os elementos criando o efeito óptico de profundidade.


 


Quando menor o tamanho mais profundos ficam os detalhes, opondo-se as leis físicas.


 

Imensos formatos gerados apenas para permitir a minuciosa criação de detalhes, que por sua vez, precisam ser embaralhados pela nossa visão para obter-se melhor definição.

 
A criação de elementos em ilustrações muitas vezes precisa desconstruir tudo, em pequenas partes, então, só então, a textura desejada, a minúcia, a preciosidade pode ser revelada.
 
A difícil escolha dos elementos mais valorosos, ou seja, da melhor representação, pode esconder trabalhos expressivos, verdadeiras fábulas, perdidas no olhar ligeiro da escolha, ou na falta de experimentação do tamanho adequado.
 
O meio de divulgação, digital, impresso em papel, ou outros elementos pode fazer toda a diferença entre um trabalho perfeito ou apenas algo normal.
 
Mesmo olhares mais treinados nos elementos de divulgação podem submergir em erros, enganos e desastres, pois quando criamos padrões e parametrizamos os elementos, estes só são válidos após experiência real, testes no meio definitivo.
 
Logicamente nos dias apressados de hoje, não dispomos de tempo e nem custos que permitam toda a adequação apropriada, logo, convivemos com trabalhos de pouco impacto, apenas acidentalmente as ilustrações mostram toda interação que podem ter com o texto, tornando-se uma completa ampliação do imaginário lido, maximizando os sentidos.
 
A recomposição, remontagem, desdobramentos do trabalhos original, são mais comuns com os artistas, por vezes estamos com alto espírito criativo cada trabalho é uma nova linha ou série, outras vezes estamos mais construtivos, à partir de trabalhos já criados, produzimos novas versões e seus complementares.
 

Pedaços do conjunto podem apresentar-se mais facilmente que o todo, pois pedem uma visão mais simplista.
 
 
O estilo deve variar conforme o caminho que deseja expressar, seja na palidez e sutileza do grafite inicial, atravessando densas cores de aquarela, ressurgindo da geometria quadrática, efusiva em cores incandescentes, neutralizando os tons, aumentando a complexidade das formas ou ainda deixando o "destaque" parcialmente oculto, para ser descoberto por seu observador, todos rumos levam a lugares que merecem ser visitados pelo imaginário.
 Trazer para o papel mais que a imagem, a semelhança, trazer os sentimentos e personalidade dos elementos, tais como "O Menino Levado" ou "Um Olhar Furioso".

 
A construção dos elementos sempre pede uma estória, um texto complementar que perde o papel principal após dar vida a figura, como uma mãe que esta sempre a sombra de um filho, lhe amparando, mas deixando-o seguir seu caminho.
 











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segunda-feira, 31 de março de 2014

Rumo ao Interior

Nesta jornada apresento a beleza da arte popular, paisagens do trajeto e surpresas. Passando por São Paulo o impressionante engenho da nova ponte Gov. Orestes Quércia, com um monólito pilar central em H e pilares facetados.
No final da tarde o anoitecer na estrada também compõe belos cenários.













A gigantesca catedral também impressiona pela beleza dos detalhes, ainda do lado de fora mas já sentindo sua presença aparece o impressionante vitral.
De todos os ângulos pode-se sentir a profunda e sincera religiosidade, a grandiosidade da fé do povo e a magnífica acolhida da mãe, Nossa Senhora Aparecida.
A primeira missa nesta catedral, traz a sensação de acolhimento, uma acústica divina, além de uma imensa paz interior.

Por todos os caminhos há imagens das mais variadas formas e materiais, tais como abaixo.
Imagem de madeira na sala dos devotos, porcelana da loja do museu, gesso pintado à óleo do camelódromo e imagem garrafa de vidro nas lojas e arredores.
Imperdível visitar as obras da torre, museu, que apesar de não permitir fotografias, traz objetos de rara beleza, uma pequena amostra da sala de acesso ao museu permite fazer uma pequena ideia de sua grandiosidade.

Abaixo a imagem original, encontrada em um rio nas imediações de Aparecida, destroçada em pedaços por um vândalo e recomposta em toda sua simplicidade, negra, tingida pela fumaça das velas e envelhecida pelo rio, envolta de áureos padrões.
Procurei deixar a surpresa do interior para o visitante, mostrarei alguns detalhes do entorno, como esta belíssima capela em uma das extremidades do arco frontal.


Os detalhes dos lírios no vitral envolto de arcos traz harmonia e paz.
Os azulejos de linhas simples e extrema beleza, como os que compõem a faixa de lírios abaixo do título estão por toda a parte, outra imagem da parede lateral que dá acesso a rampa de visitação à imagem.

Por uma passarela temos acesso a igreja antiga, primeiro lar da imagem, que também em restauração apresenta belos detalhes, como o teto, visto ao lado.








Detalhe da calha externa em bocal de ferro fundido, adornos até mesmo em elementos funcionais.












Outro cuidadoso detalhe é o piso com corte de pedras em forma de flor de lis.










No entorno da catedral há lugares que não pode-se deixar de ver, tais como, o presépio em tamanho natural.




Outra opção é o aquário, que apesar de trazer tanques pequenos possui exemplares muito belos, tais como o peixe leão adulto (leon fish), tartarugas, Flowerhorn (peixe híbrido), entre outros. 

Aproveite e visite a cidade vizinha Guaratinguetá, onde nasceu o patrono da construção civil, primeiro santo brasileiro, Frei Galvão, protetor dos engenheiros, mas mais conhecido pelas pílulas curativas.

Ao lado a casa onde ele nasceu, com espírito forte e dons incríveis, trazia além do vigor de um construtor a candura da cura e a paz aos enfermos.

As edificações no trajeto trazem detalhes que encantam os olhares.


                                  Beba e leve para sua casa a água da fonte com Frei Galvão, um recanto de paz e harmonia.

Anjos barracos e outras peças da história podem ser vistas no museu.

Por fim o vitral de São Marcos da igreja matriz que trouxe algo profundo em mim e o Divino Espírito Santo do Mosteiro da Luz construído por Frei Galvão.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Arte Orgânica Contemporânea III

Ao mesmo tempo que orgânicas formas são esculpidas, os elementos inorgânicos, minerais rochosos, podem perder a dureza, demonstrar suavidade e leveza, opondo-se a sua forma química, destruindo a rigidez e aplacando mais harmonia.



Esculpir arenitos parece ser fácil, mas as formas mais agudas não comportam-se como esperado, gerando curvas, denotando que esta rocha traz uma personalidade própria, ímpar e singular.



Parece que até os líquens e musgos tem seus truques para cobrir estes elementos de quartzo. Em um meio ao mesmo tempo seco, pela porosidade e úmido pela capacidade de reter água junto aos seus grãos, traz aspecto áspero por composição.






Manter presença estagnado em locais íngremes não traz dificuldade a vegetação, mas como criar raízes e multiplicar colônias em paredes tão verticalizadas? e ainda de onde vem cores tão surpreendentes? Serão minerais orgânicos ou organominerais.
Onde estão as pontas e a dimensão? Confundir os planos e renegar a profundidade parece menos físico, e mais palpável, cortando-se arenitos.





As águas macias e suas formas amoladas nas rochas, fluidez da mistura de elementos vegetais e texturas.





Um quebra-cabeças da fratura natural das rochas combinação impossível de ser agrupada após desmembrar-se, complexidade entre o mundo orgânico e seus suportes.
Efeitos de sombra foliar sobre tronco de madeira, impressões e sensações.
Voar e encantar as almas, sorrir e iluminar o interior, sonhar e sentir-se completo.
Alinhar o desalinhamento, 
                              desequilibrar os sentidos, 
                                                     ou simplesmente admirar o belo.
O melhor do sonho é a sensação que tudo é possível.